segunda-feira, 2 de março de 2015

INSIGHT: FANFIC - CENA DE GATHO DE GABRIEL KOLBE


Gaius caminha pela floresta de Évora, no extremo norte, próximo a região de Gatho. Ele está atento, os perigos daquelas terras são traiçoeiros, principalmente quando se chega perto do grande abismo abissal. O local estava inquietantemente silencioso naquele momento, Umbral dera uma de suas escapadas clássicas, sem dizer para onde fora, e o mercenário estava sozinho. Uma criatura o espreita:

- Umbral! - diz ele em alto e bom som. - É você seu desgraçado?! Já cansei dessas suas brincadeiras idiotas!

Ninguém responde.

Gaius continua caminhando, crendo ter sido apenas o vento. Observa o sol e segue pelo caminho que já deveria conhecer: "Tem algo errado", pensa ele, "será que eu me perdi de novo?".

- UMBRAL! - grita novamente, desta vez com mais vontade. - Venha aqui agora seu covarde!

Um zunido começa a soar, era o som de algo se aproximando. Gaius instintivamente segura a empunhadura de sua espada pecadora e se prepara para o que estiver por perto.

"Será um Castannï?", pensa ele.

O zunido começa a se distanciar. Pelo canto do olho, Gaius vê um vulto passar em alta velocidade.

- Merda - diz ele, tirando pecadora da bainha. - Quem está aí?!

O som volta a ficar alto. Gaius olha confuso para todos os lados sem saber de onde o zunido vinha. Parecia que estava vindo direto em sua direção, contudo, não via nada em sua frente. O mercenário semi-cerrou os olhos, apertou os dentes e torceu as duas mãos na empunhadura da longa espada. Ele sentiu um baque, como um golpe de vento, levantando algumas folhas ao passar por ele. O zunido ficara, então, ensurdecedor.

- Maldição! - esbraveja ele, lembrando-se que um dos problemas em usar uma espada para duas mãos é não poder proteger o resto do corpo: ou ele largava a espada para tampar os ouvidos ou ficaria desprotegido.

Ele hesitava, sentia algo por perto, lhe parecia uma fera com fome, e não ousava largar a espada. O barulho foi ficando distante e a dor foi sendo aliviada naturalmente.

- O que foi isso? - se pergunta ele, baixando a guarda e balançando a cabeça por causa do chiado.

"Grr..." fez a criatura atrás dele.

Gaius engole a seco e, sentindo um arrepio lhe percorrer a espinha, vira o rosto lentamente: "Merda, uma aberração das trevas..."

O corpo da quimera era comprido e esguio como o de um lagarto com seis patas, terminado numa fina e longa cauda de três pontas afiadas. Seu tamanho era descomunal, só a sua boca tinha a altura do mercenário e, no entanto, conseguia se camuflar na vegetação com facilidade, sendo preciso forçar a vista para se ter certeza de que ela estava realmente ali. Sua respiração era pesada, fazendo o cabelo de Gaius balançar. Seus oito olhos cinzentos o fitavam sem piscar, especialmente os dois principais, maiores que os outros, e o par de antenas que sobressaiam-se do topo da cabeça balançavam lentamente para cima e para baixo. Subitamente, suas antenas ficaram rijas e estáticas:

"Esse monstro está... sorrindo?!", pensa Gaius, ao ver a bocarra se abrir e mostrar as várias fileiras de dentes.

Naquele instante, Gaius não pensou duas vezes, deu um pulo, tomando espaço, e correu para cima de um tronco curvado, saltando para cima da aberração com a pecadora em riste.

- AHHH! - brada ele.

A criatura some em pleno ar. "Merda!", a espada acaba fincada na pedra. Gaius faz força para retirá-la e estica bem os braços. Um filete de luz passa logo abaixo dele e o mercenário arregala os olhos:

"Uma armadilha?!"

Um fio extremamente fino e resistente dá uma volta em seus braços. Era tarde demais, o corte fora rápido e preciso.

- Não, não, não... - Gaius vai ao chão, vendo seus braços ficarem junto a espada. - MERDA!

Perdendo muito sangue, o mercenário tenta se por de pé, é uma tarefa árdua, ele se sente como uma inseto que não consegue se desvirar. "A panaceia! Droga! Eu tenho que usar a panaceia antes que seja tarde!", pensa ele, tentando alcançar o potinho com o líquido vermelho que está bem na sua frente, da maneira que pode. Logo ele começa a chamar pelo amigo:

- Umbral! Socorro, seu filho da mãe, socorro!!!

Alguém se aproxima. Gaius sente a respiração ficar difícil, a vista embaçar e não consegue ver quem é, nem reconhece sua voz:

- Tsc... Quando é que você vai aprender? Ninguém deveria se aventurar por estas terras... Coragem é para os tolos!

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Então, agora, chegamos as revelações...

Em primeira lugar, eu deveria ficar imensamente feliz, fiz a primeira fan fiction (FanFic - história escrita por um fã baseado na obra de outrem, que faz par com a Fanart, arte feita por um fã) do projeto GATHO de Gabriel Kolbe, que nem sequer começou direito ainda. Para quem quiser saber mais sobre do que se trata, acesse:
Eu disse "deveria ficar", por que não vou... É torturante fazer isso! Minha criatividade é um dom e uma maldição! Estou me metendo na obra de outra pessoa sem nem ao menos saber o que ela está preparando para a obra, sem saber como o personagem fala, pensa, age... Tudo o que escrevi veio num insight hoje de manhã, onde, basicamente, eu queria matar o personagem dele... Por um acaso eu tenho uma certa mania de acabar querendo fazer isso com certos personagens... Desta vez, foi uma forma de por em prática algo que aparentemente o GK gosta, e eu particularmente abomino: a morte de um personagem principal. Eu odeio, pois já me ocorreu um momento em que eu gostava tanto da história que eu senti que o personagem morreu... de verdade... mesmo ele tendo ressuscitado em seguida. Eu fiquei consternado na época e ainda fico só de pensar naquilo. Me chame de idiota ou do que quiser por me sentir mal ao gostar de um personagem fictício, para mim era importante, extremamente importante, e foi excruciante o que me aconteceu. Tudo havia começado desta mesma forma, com fanfictions e terminou no ódio pela obra. A única forma que eu tenho para voltar a gostar, ou o mais próximo disso, seria matando os personagens que eu admirava, não apenas escrevendo, mas fazendo uma animação bem realista, dramática, cheia de sangue e carnificina, destruindo suas moradas e matando suas famílias e amigos... para dar o troco a altura do que senti. Até pareço vingativo, não? Mas, de fato, não sou, isso é reflexo da minha insanidade e da minha incapacidade de digerir sentimentos negativos, não sinto prazer em pensar assim, nem acho isso certo de se fazer, bem, talvez um pouquinho...

O fato é que ainda hoje não dá pra simplesmente relevar coisas que me são intragáveis, como falar mal de algo que eu sequer tive a oportunidade de conhecer, me parece injusto, e isso desperta a vontade de matar. É irônico, eu sei, mas acho que estou pegando gosto pela coisa ou simplesmente enlouquecendo. Por ventura, acho que o Gabriel não se importa com isso e tudo deve ficar bem, espero...

Em segundo lugar, falarei sobre a história que escrevi - além dos detalhes sórdidos acima. Como estava dizendo, a história de GATHO nem sequer começou, GK está desde julho de 2014 pensando em dar vida a essa história e até agora, Março de 2015, nada. Por isso, peço perdão se destoei demasiadamente do conteúdo original pretendido pelo autor. Eu deveria dar alguns puxões de orelha nele por ficar disperso de seu próprio projeto, mas eu não tenho nada que ver com a vida dele, aliás, sei bem que ele tem pouco tempo para realmente desenhar o quer quer e respeito isso - ele tem o tempo dele e no tempo certo GATHO ganhará vida, ou não... Mas espero que sim...

O local escolhido para a fanfic foi aleatório, poderia ser em qualquer outro lugar de Nammu, por um acaso calhou de ser próximo de Gatho, um buraco enorme e misterioso no chão e, como Gaius é um mercenário e aparentemente visitaria esse lugar pelo preço certo, talvez ele já tivesse ido ao lugar onde ocorre a cena.

A aberração das trevas: na verdade, não é um tipo de criatura, mas sim uma denominação comum a qualquer criatura estranha que possa querer te matar e que surja do nada, das sombras, das trevas. Seus ataques são geralmente mortais e é necessário um nível muito alto para lidar com elas. A aberração descrita teria a sensibilidade de um inseto, por causa de suas antenas extremamente sensíveis; acuidade visual aprimorada, podendo enxergar no escuro ou emanações de calor; camuflagem espectral, literalmente fazendo dela um fantasma praticamente invisível; sua mandíbula, que destoa do resto da cabeça por ser muito grande, é poderosa, capaz de triturar pedras se necessário e, dentre seus dentes, membranas especiais podem produzir um sonido único, que tende a ser forte ao longe, mas fraco de perto; possui grande força e é exageradamente veloz, independente do seu tamanho enorme, além de ser exímia em escalar árvores; e na ponta de suas caudas há glândulas inoculadoras de veneno. Apesar de tudo isso, não foi ela que decepou os braços de Gaius...

A panaceia carregada pelo mercenário é descrita como sendo muito útil contra ferimentos leves e envenenamento, e que, por consequência, pode não ser útil contra membros decepados. No entanto, usando de liberdade poética, lembrando de histórias onde a panaceia deveria ser uma espécie de elixir da longa vida ou imortalidade e que se houvesse quantidade suficiente para isso ser possível, digamos que ela seja capaz de regenerar grandes ferimentos ou que num momento de loucura em seu possível leito de morte Gaius tenha pensado que a panaceia pudesse ajudá-lo, mesmo que fosse inútil.

Não faço ideia de como o Umbral poderia agir, se ele realmente teria a forte tendência de se esconder para assustar o amigo no meio de um lugar inóspito, por mais que para ele possa ser engraçado. Penso eu que ele deveria se lembrar que uma aberração das trevas possa surgir e engoli-lo inteiro como petisco e que possivelmente ele teria se escondido de algo que ele sabia que estava próximo ou que ele tenha sido sequestrado sem que o Gaius percebesse - enfim, algo o tirou de cena.

O assassino misterioso: Gaius caiu numa armadilha, isso é fato, alguém se aproveitou que ele estava distraído lutando contra uma criatura perigosa e o atacou com sua técnica especial que utiliza manipulação de linhas. Quem, como ou porque, permanece um mistério. A ideia inicial era fazer a aproximação dele ser possivelmente confundida com a do Umbral e que, caso Gaius sobrevivesse, ele realmente pensasse que fosse o amigo, mas, no decorrer da história, acabou parecendo um outro personagem desconhecido mesmo e que ele já havia visto Gaius antes, mesmo que o mercenário não o reconhecesse.

Bem, seja o que os deuses antigos quiserem, espero que GATHO possa ao menos ganhar seu primeiro arco em breve, mesmo que mais de um ano depois de ter sido anunciado. Peço desculpas pelo meu atrevimento em querer mandar nas coisas do outros e que o mundo possa ser um lugar melhor para todos os artistas...
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Nota: Se o Gabriel, ou qualquer outro, quisesse que eu fizesse um roteiro ou simplesmente escrevesse uma história, por mais que eu também pudesse ficar interessado no assunto, eu sou obrigado a dizer não. Infelizmente, como pode ser lido em outros textos do blog, me encontro dividido entre continuar escrevendo e ficar ouvindo as pessoas me dizendo para ir encontrar um emprego. Enquanto isso for recorrente, não poderei começar nenhum grande projeto, pois ele poderia ser prejudicado pela minha indisponibilidade.
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Nota²: No meio disso tudo, até surgiu a ideia para uma gatinha semelhante ao Umbral. Ela seria branca, possuiria três olhos amarelos, sendo o terceiro no meio da testa e ele nunca se fecha. Seus pelos, quando eriçados, formariam espinhos de gelo, funcionando tanto para ataque quanto para defesa. Ela é arisca, tem raiva de Umbral, humanos e qualquer outra criatura que não seja como ela, mas fica mansinha se alguém fizer carinho na barriguinha dela. Na primeira vez que o Umbral a visse, ele iria dizer algo como "A rainha" ou "A princesa" acompanhado de um "Ela me encontrou!" ou um "Estou ferrado!", pois eles teriam contas a acertar. Basicamente ela veio do mesmo lugar que ele e quer levá-lo de volta por algum motivo sério.

Umbral não tem história definida até o presente momento e pode ser o último de sua espécie, ou ainda, o único, sem nunca ter havido uma espécie antes.
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Eu não pertenço a lugar nenhum...
Até a próxima... :o]


Um comentário:

  1. Opa! Conheço esses personagens!" foi a primeira coisa que pensei quando entrei aqui hahaha
    Victório, gostei muito da fanfic! Sério mesmo!
    Mas também já quero pedir desculpas por estar demorando tanto com o projeto! Não esperava que tivesse alguém ansioso por ele e, por isso, acabei dando prioridade a coisas mais importantes (como as comissões que me ajudam com dinheiros durante o mês e tal;D). Mas, não se preocupe, o projeto Gatho não será abandonado! Pode ser que ele demore um pouquinho ainda, mas assim que tiver um tempinho extra manterei tudo atualizado!

    Gostaria muito de poder revelar diversas informações sobre o projeto, mas não quero estragar futuras surpresas nem dar spoilers sobre a história. Então, peço só que aguente um pouco mais a minha lentidão! Prometo tentar fazer valer a pena!

    E, novamente, muito obrigado pelo fanfic e pelo desabafo :)

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