sábado, 27 de junho de 2015

CONFISSÕES: O QUE FAZER QUANDO NÃO SE SABE O QUE FAZER COM A PRÓPRIA VIDA?

E então estarei usando meu blog mais uma vez para debulhar minhas aflições interiores, procurando uma solução enquanto escrevo...
 
Voltando a pergunta do título: O que fazer quando não se sabe o que fazer com a própria vida?
 
O caso: Tenho 24 anos, não fiz faculdade e não tenho direcionamento profissional - sei o que não quero fazer, sei onde não quero estar, mas não é o suficiente para escolher um caminho. Família é algo que abre e fecha caminhos. Muitas pessoas seguem em um determinado tipo de serviço por influência de um parente ou porque a situação financeira da família permitiu. Outras pessoas não possuem problemas em enfrentar o que estiver pela frente, aceitam diversos tipos de empregos diferentes e não se sentem acuadas diante deles, podem trabalhar como empregados aqui e ali e sonham em ser patrões, ter seu próprio negócio. E há pessoas como eu, que se sentem intimidadas com o mundo, tentam buscar uma forma aprazível de trabalhar sem ter que se autossacrificar. Por exemplo, adoraria um trabalho em que minha criatividade pudesse ser bem aproveitada, mas costumo me fechar em ambientes hostis, como lojas ou comércios onde você precisa se impor para conseguir tirar o sustento de cada dia. Já sou estressado por natureza e seria o mesmo que tomar veneno trabalhando num lugar assim, ficando com meu estado emocional ainda mais deteriorado. Confesso, não tenho apoio familiar em nada do que um dia eu já tive vontade de fazer, me falta um tutor ou simplesmente alguém que me conheça e me apoie. Você não tem ideia, caro leitor, do que estou falando, provavelmente ou você tem uma família ou amigos que te conhecem ou você não se importa com a forma como eu vejo o mundo. Talvez a ideia mais precisa do que você pensa sobre mim é que ou eu sou muito trouxa ou muito medroso. Admito que você não estaria errado, isso também faz parte do que eu sou agora, mutilado pro dentro e sem nenhuma autoestima. Acho que o que mais me pesa agora é que um dia, lá atrás, eu tinha uma capacidade maior, uma possibilidade maior de me descobrir capaz, porém, a possibilidade diminuiu tanto que estou ficando sufocado. Olho para mim mesmo e vejo um inútil.
 
Às vezes sinto que meu coração dói tanto que quer parar de bater...
 
O mundo não ajuda. Sinto como se todas as boas possibilidades estivessem abertas para quem não precisa delas, enquanto que para mim, as poucas que devo ter, estão sumindo a cada dia, a cada erro, a cada desastre emocional que abala a minha cabeça.
 
Eu ainda quero escrever, eu acho...
 
Meu notebook voltou do concerto ainda ruim e isso me deixou mal. Eu queria fazer algo para alguém, escrever algo interessante eu acho, me perdi no meio do caminho e fiz a coisa errada - isso me deixou pior. Eu não consigo escrever direito. Posso ser bom em escrever, mas não é o bastante para fazer direito. Acho que isso destruiu o pouco de confiança que eu tinha, eu estava tão afoito pra escrever que fui descuidado, me deixei levar e, aquilo que eu tinha, aquilo que restava, se espatifou no chão, quebrando em milhares de pedaços. Não sobrou muito do que usar agora, está doendo, estou chorando... de novo...
 
Eu queria saber quando esse ciclo maldito irá acabar. Eu sei que a vida pode ser boa, que há pessoas com quem falar, coisas para fazer, alegrias para sentir, mas não tenho direito a nenhuma dessas coisas... Não sei por que isso acontece! Toda vez que eu penso em demasia é em algo impossível, inviável, ou que simplesmente não tem pretensão nenhuma de acontecer. Você não faz ideia de quanto eu devaneio! Fico imaginando possibilidades de como viver o passado do jeito certo, do que eu gostaria de fazer para superar minhas mágoas, de como eu queria, do fundo do meu coração, que alguém viesse me salvar da minha loucura e da minha tristeza. Mas isso não passa de engano... Não há ninguém que viria me ajudar - e não, não estou falando de que Deus não estaria aí, me assistindo, pois provavelmente, se ele realmente estiver, tudo faz parte dessa misteriosa missão chamada vida e que eu estaria feliz no final de todo esse percurso tortuoso. O que eu realmente temo é que, querendo ou não, infelizmente a vida não termina com a morte e que uma vida inteira frustrado pode não ser o bastante para superar esse problema... Em verdade, a 'vida humana' pode acabar daqui a pouco e ter que me ver decepcionado com mais isso não ajudaria minha existência em nada. Não vivo uma 'vida humana', não sou normal e provavelmente nunca serei. Talvez haja a possibilidade de que minha alma tenha vindo de outro plano para cumprir uma missão específica na Terra e eu tenha travado em cumpri-la, no entanto, eu ainda preciso sair dessa situação por bem ou por mal.
 
Na maioria dos exemplos de superação sempre existe um antes, um ponto de onde a pessoa se guiou e conseguiu fazer acontecer. Como alguém que tinha um trabalho estressante e adorava fazer yoga para relaxar. Certo dia essa pessoa se cansa do trabalho, tem dinheiro para estudar e consegue abrir um local para dar aulas de yoga. Minha maior dificuldade aqui, e o que mais me cega com relação ao futuro, definitivamente é o dinheiro. A economia no país não está nos seus melhores dias e não sou uma pessoas que atrai dinheiro para si. Na verdade, o pouco dinheiro que me dão eu sou obrigado a gastar com passagens de ônibus ou créditos para celular (sem ter ninguém para ligar, apenas para poder fazer uma ligação rápida para os pais ou para manter o número ativo, pois o pouco dinheiro que está no celular perde a validade com facilidade - tem uns R$30 na conta do celular e eu não posso usa-los para fazer um simples ligação por causa disso!). Fora isso, tento guardar o dinheiro, por vezes compro alguma coisa pra casa, um remédio que seja, ou invisto em livros ou quadrinhos. Há meses não compro uma HQ! Me dei ao luxo de ir a uma feira de livros com 50% de desconto de seu preço nas livraria e comprei dois livros. Depois do entrave com meu notebook, quando ele já havia retornado do concerto e ainda não estava legal, quase perdi a cabeça, não poderia ficar em casa e saí. Retornei com um livro novo. Eu estava lendo um dos livros dos meus irmãos, mas acabei deixando de lado para ler o meu último livro. Afinal, o que há de errado comigo?! Será que, ao invés de livros, eu tivesse comprado um pacote de cerveja eu seria uma pessoas melhor agora? Ou então tivesse comprado um maço de cigarros e começasse a fumar sem parar? Ou simplesmente gastado tudo o que eu consegui nos últimos meses com roupas e outras coisas que todo mundo sempre compra tudo seria melhor agora?! MERDA. Eu NÃO sou normal... Não dá pra simplesmente tentar coisas normais comigo, eu não vejo o mundo da mesma forma que a maioria... Não acho que ninguém entenda o que é sofrer pensando em coisas boas para fazer e não se capaz de fazer nenhuma... Enfim, deve ser isso o que eu sou, um iludido, um sonhador desvairado que pousou no momento errado no planeta Terra e que percebeu que, por mais que possa estar preparado para não fazer coisas erradas, não está pronto para fazer a coisa certa.
 
E a humanidade não perceberá que a era de paz na Terra será conseguida não pelos esforços dos homens, mas pelo sacrifício de milhares de anjos. O caminho da paz será trilhado sobre suas carcaças, suas asas serão arrancadas e sua sabedoria jogada no lixo. O homem, todo orgulhoso, nem irá suspeitar de que aqueles que enlouqueceram pelo caminho estavam lhe prestando grande ajuda, irá apenas olhar para frente, sem perceber que os anjos estavam morrendo por todos os lados. Os anjos existem para servir, este é o seu propósito. Ninguém se lembra de que eles também sofrem...
 
Quanto tempo mais será que a humanidade continuará cega? Quando a verdade será revelada? Será logo? No próximo ano? Será que eu consigo aguentar até lá? Se estou aqui e agora é por que eu escolhi de livre e espontânea vontade estar aqui, apenas não imaginava que estaria tão sozinho, tão limitado e tão triste. Queria que a vida tivesse sido um pouco melhor, aliás, eu até consigo viver um dia de cada vez como se nada do que eu acabei de dizer fosse importante. Mas sempre irá doer, sempre. Mesmo não sendo um ser humano normal, eu vivo numa sociedade cujos valores se baseiam em família, amizade e dinheiro - e justamente essas três coisas me são negadas. Já ouvi uma pessoa dizendo que EU era o 'psicólogo' dela - vi num lembrete de alguns anos atrás no Facebook dizendo isso. Mas e eu? Será que eu vou sempre sofrer sozinho e nunca encontrar um semelhante para estar ao meu lado? Será que se eu me ajoelhasse e orasse com vontade, feito uma criança mimada implorando ao pai por um brinquedo novo, algo iria acontecer? É, aí está o meu mal, perdi a fé. Realmente, eu não tenho esperança alguma de conseguir uma saída. Sempre acontecem coisas inesperadas, elas nunca são planejadas. Por mais que eu tente planejar alguma coisa, o que irá acontecer é sempre diferente... Talvez eu só consiga acreditar em mentiras mesmo, acreditar que um dia minha vida seria diferente, que eu finalmente me sentiria livre do fardo que foi posto nas minhas costas e que eu descobri que não sou capaz de carregar - não aqui, não agora.
 
Da próxima vez que eu estiver acreditando, eu tenho que me lembrar, não posso me esquecer! Eu tenho que dizer: NÃO. EU TENHO QUE DIZER NÃO! Juro que se algo ruim acontecer de novo eu... não sei do que seria capaz...
 
Eu tenho medo das pessoas, não quero ter amigos, ninguém nunca quis realmente ser meu amigo, todos que já tentaram são facilmente propensos a se distanciarem - me forçando a dizer que não são mais meus amigos.
 
Esta é a melhor saída? Se eu quero sobreviver no mundo humano, não, isso nunca daria certo.
 
Mas é melhor que eu nunca mais fale com ninguém nem tenha intenção alguma de falar, deixar qualquer um pensando que nada aconteceu, que nunca houve uma tempestade arrasando minhas emoções e que eu sou apenas um inútil que não quer fazer nada - não seria muito diferente da ideia que fazem de mim afinal...
 
Nesta semana começa o Camp NaNoWriMo de Julho, são 31 dias para cumprir uma determinada cota de palavras que eu estipular. Estava pensando em botar uma marca de 80 mil palavras e prosseguir a partir das 32 mil já escritas do último Camp NaNo que foi bruscamente interrompido. Mas não sei se sobrou felicidade em mim para fazer algo assim, me sinto tão infeliz que quero desistir da última coisa da qual eu gostaria de desistir: escrever.
 
Será que é justo alguém gostar de cantar e não ter uma boa voz para cantar? Seria bom poder me ver livre de todos os desgraçados que não querem ouvir a minha voz por ela ser desafinada. Eu não quero cantar para esses idiotas, eu apenas quero cantar para mim mesmo, poder cantar quando uma música que eu goste tocar no rádio. Mas não, se eu não sou um passarinho de bela voz eu não posso cantar, tenho de ser humilhado toda vez por querer fazer algo que me é natural, apesar de saber que nunca serei afinado. Por quê?! Por que vocês tem ficar perto de mim quando eu quero cantar?!
 
Juro que a última resposta que eu queria dar para mim mesmo da questão do título era: suicídio...
 
 

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