Mais uma vez o que minhas capacidades mostram é que não sou capaz de fazer a coisa certa. Descontrolado, agindo por impulso, faminto pela vontade de fazer algo que eu sinto ser capaz de fazer, eu cometi um novo erro. Será que mesmo tendo acontecido antes, não sou capaz de evitar nova catástrofe? Enlouquecer é a única saída? Por que será que parece que eu sou o único passando por situações assim? Não sou capaz de viver uma vida normal, com problemas normais?
Meu notebook quebra no meio do Camp NaNo de Abril, quando eu estava com mais de 30 mil palavras escritas e com capacidade total de chegar a meta de 50 mil palavras antes do fim do mês. Eu consegui aguentar, tentei de tudo pra esquecer e deixar o tempo passar. Comprei 2 livros na feira do livro do Centro Cultura da Juventude (Cachoeirinha): 1Q84 (Volume 1) e A Batalha do Apocalipse, com 50% de desconto. Foram ótimo livros, conseguiram me entreter durante todo o tempo em que fiquei sem o meu notebook. Eu fiquei usando o pc dos meus irmãos durante algumas horas do dia enquanto eles estavam fora (mais o meu irmão do que a minha irmã), mesmo que eu me restringisse a não ir muito além de ver e deixar do jeito que estava; isso ajudou mudou para que eu não pirasse, sendo atormentado por pensamentos criativos.
No sábado, 06/06, meu notebook, que estava há cerca de três semanas no concerto finalmente voltara. Eu estava eufórico, já estava começando a ler um dos livros dos meus irmãos - A Menina Que Roubava Livros -, e queria muito poder voltar a usar meu notebook, escrever minhas histórias, usar a internet normalmente... Meus desejos foram frustrados pela incompetência do cara da loja... Meu notebook está agora em minhas mãos, consigo usar a internet; contudo, o problema praticamente persiste, o Windows contém erros e não consigo usar o Google Chrome. Fiquei arrasado, tanta vontade de continuar escrevendo, de usar meu notebook como antes e foi tudo por água abaixo. Mas este ainda não foi o ponto mais trágico da semana...
Olhando agora, era como se o diabo estivesse me pregando uma peça. Talvez você saiba do que eu esteja falando se olhar a publicação insight para que possa fazer mais sentido. Sou fã da obra ainda não iniciada de Gabriel Kolbe, Gatho, e ele me pediu algo que me deixou muito animado na sexta-feira anterior ao sábado do retorno do notebook: dar uma olhada no futuro roteiro da primeira história de Gatho. Eu já havia feito algo semelhante antes e mesmo assim me deixei levar... e fui levado ao erro, exagerei. Eu odeio errar, isso me machuca profundamente. Escrever perdeu o sentido...
Todas as vezes que eu tento escrever algo com vontade, algo acontece, meus sentimentos definham e eu me sinto menos humano, menos capaz, mais inútil... E o que é pior, não há ninguém que possa entender a dor dessa faca em meu peito. Não devo dizer que eu seja o único, mas em canto algum que eu olho encontro um exemplo, uma história semelhante e, o que mais me faz falta, uma forma de superação dessa dor que não passe pelo erro e pela dor.
Ainda no sábado 06/06, revoltado com a minha situação que nunca melhora e permanece numa constante onde tudo o que tenho se quebra, onde o dinheiro que gasto nunca rende nada; sai de casa, sem ter certeza de onde ia. Como em outras vezes, acabei indo para o Shopping West Plaza. A chegar lá fui direto para o banheiro, sentar na cabine, sossegado, com o Guia de Ruas de São Paulo de 2008 nas mãos, procurando algum outro lugar, algum ponto de referência para continuar me movimentando e não ficar no mesmo lugar. Nada encontrei. Com o notebook em casa, achei melhor passar nas Lojas Americanas e comprar mais alguns DVDs para que eu pudesse terminar o backup do meu notebook. Curiosamente a loja tem melhorado o serviço de livros, ampliando os títulos que antes se resumiam a uns poucos. Olhei novamente para a capa azulada de Extraordinário e decidi-me a leva-lo mesmo que o preço, que não estava visível na prateleira, fosse R$35. O primeiro na prateleira estava sem o plástico e achei melhor levar o segundo, algo que estivesse dentro do livro poderia já ter se perdido. Peguei-o e o segurei com vontade por alguns metros, indo em direção ao leitor de barras e checar o preço, antes de olhar em sua capa e perceber que o preço era de apenas R$20. Fiquei muito feliz, já tinha ouvido falar do livro, lido as abas dele que resumem um pouco do conteúdo e estou feliz por ter começa a ler a história de August, o menino que nasceu sem rosto e que tudo o que queria era ser um garoto normal. Ainda não cheguei a parte em que ele começa o movimento em favor da gentileza, mas espero ansiosamente conseguir chegar lá - para alguém sensível como eu não é fácil ler o livro, entendo perfeitamente as dores do personagem e elas ressurgem em mim com intensidade, algo incompreensível para as outras pessoas, pois não poderia simplesmente explicar-lhes o quão afiadas são as dores que os sentimentos provocam a partir de um livro que provavelmente poucas pessoas leram... (O Brasil não é um país de leitores) Também não tenho esperança de conhecer alguém que entenda Homestuck - é impossível explicar a obra como um todo, é preciso lê-la e gostar da leitura para entender o que significa não ter cavalos durante esta última semana...
Estas últimas semanas foram momentos intensos na minha vida, muita dor, impaciência, desespero. Conheci personagens novos com os quais me identifiquei: Tengo, um aspirante a escritor que reescreve secretamente uma obra de uma adolescente que ganha destaque na mídia, do livro 1Q84; e os anjos de A Batalha do Apocalipse, a qual me identifico com os ofanins, os anjos da virtude, seres que emanam luz, aversos a violência e que prezam pela bondade. Não sei como os anjos influencia a realidade, mas chego a pensar que me sinto como um ofanim, algo que acaba pensando diferente dos demais, pensando em agir com compaixão. Eu não sei de onde meus pensamentos sobre isso vem, é uma constante que chega a me irritar, ficar imaginando maneiras de ajudar as outras pessoas e nunca poder fazer nada é perda de tempo. Eu deveria tratar do aqui e do agora, mas não, sempre aparece um pensamento de ofanim criar asas na minha imaginação. Mais recentemente, reparei que tenho outra afinidade angelical: os Malakins. Provavelmente qualquer um que seja escritor deva ter alguma afinidade com os vigilantes, pois o que eles mais fazem é escrever. Além disso, eles são reservados, enclausurados no 6º céu, como eu, preso a minha existência de forma limitada. Posso até contar sobre a total falta de habilidade em usar os poderes de tempo e espaço, bases dos poderes das divindades da casta: tudo o que eu imagino tem o péssimo hábito de ser irreal, de não existir. Será que se eu pudesse desenvolver esses poderes eu poderia provocar o efeito borboleta? Refazer o passado ou observar mundos paralelos, descobrindo o que ocorreria se eu tivesse tomado outra atitude? Ou será que eu tenho um ofanim do meu lado, me dizendo coisas, enquanto eu seja secretamente um malakim encarnado? (Risos) - sim, estava eu, enquanto escrevo isso, lendo sobre anjos - De repente, certas coisas fizeram sentido... inexplicavelmente!
Um anjo encarnado? Meu deus... Minha espiritualidade deu sinais de vida sem mandar aviso! Heheh...
Acho que faria muita diferença se eu soubesse que missão eu tenho na Terra, se estou perto ou longe. ou o que está me impedindo de cumpri-la... Faria MUITO sentido. Se desse pra explicar o que essa iluminação está me fazendo pensar, eu não conseguiria explicar... Acho melhor parar por aqui, até quero continuar, mas o sentido original se perdeu e o assunto mundo. Até a próxima! o/
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